quarta-feira, 11 de junho de 2008

À que um Filme se Propõe...


Bem... Posso dizer que o estopim para escrever este post foi ter lido esta publicação no Contraditorium.

Porém minha divagação sobre o assunto vem de tempos já, as palavras do Cardoso apenas me atiçaram para escrever algo sobre o assunto também.

Antes de começar a divagar sobre o assunto remonto à junho do ano passado, quando meu amigo Peterson resolveu reunir os amigos de longa data e nos convidou à assistir “Fantastic Four: Rise of the Silver Surfer” no cinema, qual foi minha surpresa quando, ao assistir o filme do lado de uma cética, comecei a ouvir os argumentos dela. Admito, o filme é uma bosta, possui um roteiro superficial, um humor forçado e é recheado de cenas e diálogos totalmente sem necessidade, (vide a piadinha da despedida de solteiro da Susan, ou a cena da espinha antes do casamento). Porém, as reclamações que ouvi tinham como base citações do tipo: “Que merda, o cara estica os braços, isso é impossível!”.

Foi quando comecei a pensar, “Tudo bem, é cientificamente impossível alguém pegar fogo e sair voando por aí, ou esticar seus membros, porém é a isso que o filme se propõe!”. E realmente, vem daí minha indagação, se você vai assistir um filme como “Homem Aranha”, você não tem que ficar pensando nas possibilidades de uma aranha radioativa alterar o DNA de alguém, afinal é a isto que o filme se propõe, e se você vai assisti-lo deve estar ciente desta proposta.

Outra situação foi esta semana mesmo, quando depois de tanto me ouvir elogiar o filme, meu amigo Rodrigo resolveu assistir Iron Man, e voltou com o seguinte comentário: “O filme até que é divertido, pena ser muito surreal!”

Novamente eu pensei, “Cara, você foi assistir Iron Man, como queria ver algo cientificamente comprovado?”. Para não permanecer apenas nos exemplos de heróis, posso citar o filme “The Reaping” (“Colheita do Mal” no Brasil), onde tive que responder a infame pergunta “É alguém que ta sacaneando ela né?” quando a personagem de Hilary Swank se depara com uma chuva de sapos em um pântano, questionamento, o qual, foi seguido de um completo desgosto pela película porque a resposta não foi um “sim”, porém, o filme é um suspense sobrenatural, cujo roteiro é baseado nas dez pragas do Egito, se eu aluguei um filme destes, eu não estou preocupado com a possibilidade física de que se chovam sapos ou enxofre, e sim no fato de que uma cidade cercada de mistérios está revivendo as pragas do Anjo da Morte!

Então ao ler o Cardoso falando do Indiana Jones, comecei a pensar bem no assunto e, como cinéfilo assumido, tomei as dores das criticas à sétima arte, e resolvi expor minha opinião sobre o assunto, como foi dito acima, antes de assistir um filme, você deve analisar à que ele se propõe, sendo que ao sentar-se em frente à tela, tenha uma noção do que irá ver ali, ninguém é obrigado à gostar de todos os gêneros cinematográficos, eu, por exemplo, me nego à assistir dramas e romances, realmente são gêneros que eu não engulo. Porém, minha bronca nunca foi com o fato de que o mocinho fica com a mocinha no final, pois o filme se propõe à isto!
Uma filosofia que adotei recentemente (após assistir “Bridge to Terabithia”), é a de manter a mente sempre aberta, e eu realmente tenho minha Terabítia, meu mundinho só meu, onde não existem problemas, e quando sento em uma poltrona para degustar um filme de super-herói, eu realmente me transporto para aquele mundo e vibro com os atos heróicos do mesmo, independente se está de acordo com a realidade em que vivo, pois, naquele momento, minha realidade é a do filme. Aí que eu paro para refletir e me pergunto... Seria este o motivo das pessoas andarem tão estressadas e infelizes ultimamente? Todo mundo está sempre tão preocupado com a realidade que esquecem de dar asas às suas imaginações. E, pelo menos na minha concepção, o mundo em que vivemos é cruel, lógico que não se pode viver na fantasia, senão você vira esquizofrênico, porem, naqueles momentos em que você pode se desligar um pouquinho, não vai matar se você, ao invés de reclamar das dificuldades da rotina capitalista em que vive, levar sua mente para um lugar onde estes problemas não existem, arrisco dizer que uma atitude dessas pode, até, ser terapêutica, senão você bitola na realidade e morre aos 35 anos de um ataque cardíaco por excesso de cafeína.

Por isso que eu vejo o lazer, como um momento para sair dessa realidade massacrante, seja em um game, em um filme, ou apenas deitado na grama olhando o céu. Para mim é bem mais agradável pensar em como as nuvens se parecem com ondas do que o fato de que na segunda eu terei que acordar as 07:30h ir trabalhar, ir para a faculdade e retornar apenas as 23:00h para dormir e na terça repetir todo o processo.

Bem, até fugi do assunto... heueheu mas é isso, acho que já cumpri minha necessidade de desabafo, quanto ao resto...

See ya...

1 comentário(s):

Maicoll Dalpiaz disse...

Isto aí, ou faça como eu. Não assista a filmes de super herói porque simplesmente não gosta. Muito melhor. =o)